Coisas que aprendi na Igreja - Parte I

A série de artigos com esse título, que vou escrever a partir de agora, é simplesmente um testemunho para que haja um pouco de reflexão entre os cristãos em relação ao que se tem feito dentro das igrejas, que muitas vezes, ao invés de serem portos seguros, são verdadeiras oficinas do Inimigo.

Os lugares e as pessoas foram, obviamente, modificados para preservar a integridade dos mesmos, os fatos todavia, permanecem inalterados.

Lembro de uma vez que eu estava terminando de executar uma determinada tarefa numa sala da igreja que é um tipo de vestíbulo da sala de reuniões, ou seja, não há outro acesso exceto pela sala de reuniões. E haveria, naquele fim de tarde, uma reunião de líderes. Ouvi as pessoas chegando e se posicionando e acelerei minha tarefa para concluí-la e sair. Foi quando ouvi uma primeira conversa:

-Não deve ter ninguém aí (onde eu estava) né? Senão a gente vai ter que deixar aquele assunto pra outro dia...

-Não, não tem. Vamos começar logo.

Eu ia interrompê-los abrindo a porta e saindo, mas eu já tinha ouvido a frase sobre o assunto secreto e não estava a fim de ser perseguido por nenhum líder, pois eles tinham esse costume.

Como eu não tinha nenhum compromisso após terminar o que eu estava fazendo, fiquei terminando em silêncio e a reunião transcorreu "normalmente". O assunto em questão era um complô para enfraquecer o pastor e ter mais influência nas decisões da igreja. Também foram tratadas naquela noite, formas de se controlar mais o que era ministrado no louvor da igreja e métodos de frear a vontade dos jovens de fazer vigílias e "louvorzões". Como se não bastasse, o último assunto da pauta foi "desenvolver uma estratégia para aumentar a arrecadação nos cultos" e uma proposta de fazer com que todos os líderes de ministério (exceto louvor e juventude "por serem imaturos") fossem remunerados.

Nessa ocasião, eu aprendi que na igreja a política e a corrupção eram mais fortes que o Espírito Santo. Que os mesmos líderes que pregavam contra a inquisiçao e o nazismo, praticavam uma repressão idêntica nos bastidores. Aí, os jovens descobrem isso e com seu fervor geram cismas. Depois disso eu descobri que não houve um único cisma em que não houvesse corrupção ou abusos cometidos por parte dos líderes.

Começou ali a minha busca por uma igreja que não fosse perfeita, mas que os líderes fossem pelo menos três coisas: humildes, honestos e transparentes.

É meus amigos, na igreja eu aprendi a identificar um hipócrita, um lobo em pele de cordeiro que não poupa o rebanho, um Judas Iscariotes que beija o pastor no partir do pão e depois o chama de "velho decrépto e defasado". Aprendi também que às vezes, as pessoas nos enganam, e aquelas pessoas piedosas que oram e jejuam, e são consideradas os pilares da igreja, também tem culpa no cartório, e ao saber do que você soube, ao invés de te ajudar, ela faz parte da tramóia e te põe na fogueira mais rápido ainda.

Juliano Leal MRM/MARP

Ler parte II

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