Coisas que aprendi na igreja - Parte VII
É impressionante a quantidade de pessoas que (em certas denominações) afirmam que ouvem e proclamam a vontade de Deus para os demais. Como sempre destaco, essa série tem por objetivo refletir avaliando o passado e corrigir nossos erros para termos um presente e um futuro melhor.
Hoje vou falar sobre os falsos profetas.
Durante um culto maravilhoso, enquanto soavam cânticos que convidavam o povo ao arrependimento e ao quebrantamento, e muitas pessoas se dirigiam ao altar para se sentirem mais próximas de Deus e também para receberem orações dos líderes por suas necessidades, um homem começou a avançar entre os líderes para também orar pelas pessoas.
À medida em que ele se movia entre o povo, cuja maioria encontrava-se de joelhos, percebia-se que ele não estava orando pelas pessoas, mas sim dizendo coisas para elas. Segundo ele, mensagens de Deus.
O homem se aproximou de um jovem que estava prostrado mais a frente, próximo dos degraus do altar. Estendeu a mão sobre a cabeça do rapaz e disse:
"-Filho meu, assim te diz o Senhor..."
Antes que ele pudesse dizer o que o "senhor" dizia, o rapaz o interrompeu e disse para que ele retirasse a mão da sua cabeça. O homem se espantou. O rapaz permaneceu incólume. Fechou a cara e disse que não queria que o homem tocasse a sua cabeça. Eu acho que o homem não deveria ter feito o que fez depois, pois perguntou ao rapaz o motivo daquela reação.
O rapaz o respondeu prontamente dizendo uma lista de situações e problemas que o impediriam de estar naquela "função". Mantendo a voz baixa mas o semblante sério e irredutível, o rapaz disse que o homem deveria voltar ao seu lugar.
Imediatamente após o homem sair, vários ministros começaram a circular entre as pessoas orando contra as profetadas que o homem havia entregue. Pessoas que tinham a visão aberta testemunharam que enquanto os ministros oravam contra as profetadas do homem, grandes manchas pretas e gosmentas se desgrudavam das pessoas.
Confrontado sobre o ocorrido, o homem criou uma série de justificativas incoerentes (também conhecidas como desculpas esfarrapadas) para o que havia feito. Como nenhuma delas surtiu efeito, muito indignado, o homem resolveu deixar a igreja e ir para outra.
Infelizmente, a igreja que o recebeu criticou a atitude dos ministros e da igreja anterior. E lhe deram pleno transito na igreja e nos ministérios. Seis meses depois os estragos eram visíveis por todo o lado. E ele continuava "profetizando".
Para completar, após sair da segunda igreja, foi para uma terceira que era daquelas cheias de gente crédula e ávida por coisas sobrenaturais. Foi o lugar onde ele se uniu a um político e profetizou que o mesmo ganharia a eleição. Essa foi a única profecia dele que se cumpriu, e o cargo de confiança que ele ganhou depois também foi bem "profético".
Na igreja eu aprendi que quem faz uma falcatrua, faz qualquer uma. E que esses espertalhões nunca trabalham sozinhos por muito tempo, mas sempre arranjam um comparsa.
Entretanto, os verdadeiros profetas do Senhor estão se levantando. E na hora do acerto de contas eu pergunto: O que é que Deus dirá dessas pessoas.
Aconselho que eles procurem um dentista, e façam uma revisão generosa, para que seu sorriso esteja apto para ir para o lugar onde haverá choro e ranger de dentes...
Juliano Leal - MRM/MARP
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