Papel

Inicialmente, iria postar como comentário, mas ficou meio grande.
Embora também seja redatora deste blog, não concordo com a opinião de Sha'ul Bentsion explicitada no post "Eu Vos Declaro...". Quero deixar claro que nós quatro que neste blog postamos concordamos em muitas coisas e discordamos em outras tantas. Deixaria assim, mas como tem surgido comentários, acho melhor deixar claro que discordo profundamente do que está neste post.
Primeiro, com relação ao argumento sobre o casamento de Isaque e Rebeca: 

  1. O objetivo do livro de Gênesis é fundamentar e deixar claro as origens do mundo e, principalmente, do povo hebreu. 
  2. O fato de não haver narração da festa de casamento, não quer dizer que ela não tenha acontecido. Simplesmente, Moisés considerou que não havia necessidade de descrever o q todo o povo sabia como era. Afinal, ele narra a festa do dia em que Isaque foi desmamado pq ocorreu um fato q merecia ser mencionado (a reação de Ismael). Não narra tal comemoração com relação a Ismael, Jacó, Esaú e nenhum outro patriarca. isto por um bom motivo: não aconteceu nada de diferente q merecesse ser mencionado. Como disse, o objetivo do livro não é narrar coisas q eram óbvias. Lembre-se: foi escrito primeiramente para o povo de Israel.

Segundo, em conversa com uma professora de Direito da UFRGS, ela aconselhou: Não caiam na furada de morar junto sem se casar pelo menos no cívil. Um dia de casado, é casado. União estável são 5 anos e em caso de dissolução da união, vocês terão que abrir a vida pessoal de vocês diante de pessoas completamente desconhecidas. Mostrar extratos bancários, de cartão de crédito, etc... E outra coisa, casando fica claro o papel de cada um nesta história. Detalhe, com relação à religião, ela se diz agnóstica.
Terceiro. Somos seres rituais. Todas as sociedades possuem ritos de passagem. Na sociedade ocidental, o casamento é um deles: é a passagem da vida de solteiro para a de casado; de se ter responsabilidades com os pais para se ter responsabilidades com o cônjuge. As marcas de quem passou por este rito são as alianças e a certidão de casamento.
Quarto. A lei diz que casados são os q se casaram diante do juiz de paz, que é uma autoridade cívil no nosso país. Lembre-se do conselho para honrar as autoridades!!! União estável é apenas um outro nome para concubinato. Inicialmente esta lei era a lei do concubinato. Se ler atentamente a bíblia, encontrará também esta palavra para designar a vida de pessoas que viviam juntas mas não eram casadas (lembra da mulher samaritana? antes de encontrar Jesus era assim q ela vivia, com um homem que não era o marido dela). 
Quinto. "Nós nos amamos, não vai ser um papel que vai fazer a diferença" É o bordão de quem não quer casar, de quem não quer ter a responsabilidade de assinar um contrato de casamento. Se um papel não faz diferença, por que não assina? Vai cair o braço se assinar? Ridículo este posicionamento. Se ama espera; se ama assina um papel diante de uma juiz; se ama, deixa claro quais são suas intenções. Explica porque não casa??? Este de tipo de posicionamento deixa a porta aberta para sentimentos de rejeição, insegurança, ciúmes e outros que podem destruir um relacionamento. Vejo este tipo de comportamento em todos os casais que conheço que vivem juntos e não são "casados no papel", em maior ou menor grau. Não quer fazer festa, não faça. Mas porque não fazer algo legal, algo que vai deixar amparada legalmente - assim que terminar de assinar o papel - a pessoa que você diz amar ???
Se achar que eu não tenho autoridade para falar isto, recomendo a leitura deste artigo escrito pelo Dr. Ailton Amélio da Silva é doutor em Psicologia, psicólogo, psicoterapeuta e professor da USP, em São Paulo (SP). Se meus argumento não foram bons, se acha que a Bíblia não fala nada a respeito disto... pelo menos reflita sobre as implicações no aspecto psicológico.
Casar no papel??? Por que não???
P.S.: Com relação à Joana. Deveria trocar ou de pastor ou de "amor". Eu sugiro que troque os dois. Um por usar "profecia" para manipular e o outro por não se comprometer. 

Comentários

  1. Esclarecendo essa questão, eu até agora fiquei de camarote olhando a efervescência do assunto. Quando postei o artigo do Sha'ul, a intenção foi realmente instigar o debate. Essa é a proposta do BRP, lutar contra a lobotomia que predomina nas igrejas.
    Minha opinião como pessoa vem a seguir, e não um editorial.
    FATOS DO TEXTO DO SHA'UL:
    1º: Ele NÃO defende a união estável, mas afirma que diante do Senhor já é um casamento com todas suas implicações.
    2º: Ele NÃO disse pra não termos o ritual do casamento, afirma que ele mesmo teve, mas que esse ritual não tem cunho nenhum fora do ritual em si (salvação, justificação, etc).
    3º: O objetivo maior do texto era demonstrar a PRISÃO ONDE FOI POSTA A JOANA POR SER PROIBIDA DE EXERCER UMA FUNÇÃO NO CORPO POR NÃO SER CASADA NO RELIGIOSO. Só vou dizer que nessas mesmas igrejas, nessas condições, lavar o chão pode, mas cantar no louvor não. Já soltaram as pedras? Não?
    4º: A rebeldia a um ritual não é feitiçaria. Logo, se eu me rebelar e não fazer um Sabá pra comemorar o Halloween, eu serei feiticeiro? NÃO! A rebelião contra o que está deliberado na Palavra é feitiçaria, o resto é interpretação e conjetura.
    5º: Pedir a benção sobre alguma coisa é bíblico, pedir pra nossa autoridade local (pastor, pai, avô, bispo)fazer isso mais ainda. Daí a dizer que só se homologou o casamento espiritualmente depois disso, NÃO! O compromisso espiritual já existe no momento em que os 2 decidem juntos dar o 1º beijo (ou antes...). Daí em diante se aprofunda em intimidade, mas já é compromisso espiritual.
    CONCLUSÃO:
    Muita gente insiste em continuar declarando o que o Eterno não declarou e declarando o que os outros também não declararam.
    Concordo com a Aliane e não acho que os 2 pontos de vista se anulem, sejam contrários. Acho que temos que parar de ler o que queremos e ler o que realmente foi escrito.

    Ju - MRM/MARP

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