E se fosse uma bruxa?
Tenho acompanhado e inclusive me mobilizado com o caso do Pastor Yousef Nadarkhani. Por sinal postei aqui mesmo no BRP a divulgação de um dia mundial de oração por ele.
Mas após ver a notícia de que o governo do Irã cedeu à pressão da diplomacia brasileira, este vosso amigo, fã do contraponto, não pode deixar de avaliar a situação com outros olhos. E dentro do contexto histórico do ocidente, para que a pimenta caia nos nossos olhos e a reflexão funcione, ousei perguntar.
E se no lugar do pastor Nadarkhani quem estivesse sendo julgado e condenado à forca, ou à morte de qualquer outra forma fosse uma outra pessoa de uma outra crença qualquer? E se esta pessoa além de "desrespeitar" o Alcorão também "desrespeitasse" a Bíblia? A agenda evangélica do Congresso se manifestaria? O Itamarati faria alguma coisa sem pressão?
E se fosse uma bruxa?
E se fosse o tribunal Católico da Santa Inquisição?
Mas...
Não é no mínimo sensato aproveitar o momento para essa reflexão?
Será que faríamos com os outros aquilo que desejamos para nós mesmos?
O princípio ensinado por Jesus em Mateus 7:12 se estende à quem?
Na opinião deste humilde provocador, se uma mulher muçulmana estivesse sendo condenada à forca por bruxaria, os gosparlamentares brazucas não moveriam uma agulha. Ou talvez uma, a da injeção letal, para posarem de misericordiosos...
Não me entendam mal. Não estou dizendo que a campanha pelo Nadarkhani não foi válida. Ela é necessária e muito legítima.
O que estou dizendo, sem ir muito fundo no mérito, é que se os direitos de um ser humano são preservados, como pessoas que têm Jesus como exemplo, devemos obrigatoriamente lutar pelo direito de todos.
Eu particularmente me esforçaria (como me esforço) para salvar as bruxas. Pois até hoje, pude constatar em todas as que conheci, a fé que Jesus reconheceu no Centurião Romano. Portanto, aquele que é a Origem deve se importar e amar essas pessoas de uma forma muito especial. E não é porque pela sua grande fé elas "podem vir a crer em Cristo" como pregam os evangélicos, mas porque o Eterno já semeou essa fé nesses corações. Esse dom que evidencia o Amor Maior.
Eu não desperdiçaria a sensibilidade e disciplina de um povo que só precisa aprender a Magia Profunda de C.S. Lewis, de forma pura e simples.
Espero que o Caso Nadarkhani nos traga maturidade, e que a insensibilidade da lei radical muçulmana do Irã, nos mostre o quão parecida com ela é a lei radical e descumcumbelhada gospel que temos nos depósitos humanos apelidados de templos e nos campos de concentração circenses chamados de igrejas.
Continuo orando, torcendo e empregando meus melhores esforços pelo pastor Yousef.
Mas também por todos os outros que são perseguidos por sua fé. Inclusive e não se limitando aos que sofrem nas mãos dos evangélicos.
Pois quero fazer com os outros o que gostariam que fizessem por mim:
Viver e lutar pela liberdade.
Juliano G. Leal - MRM/MARP
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