Haman, uma ideia universal

Purim. Ester. Assuero. Haman.

Sempre voltamos a falar deles nessa época.

Mas esse ano, quero observar alguns elementos da história que parecem ter pulado da Escritura direto para os nossos dias.

Lendo a história, vemos em Haman um cara sanguinário movido pela vingança. Pela 1ª vez na vida eu tive coragem de me colocar no lugar do Haman. Sim, a minha motivação é a mesma de sempre, o contraponto, o outro lado.

Me pergunto se nós na posição dele também não estaríamos procurando o extermínio judeu. Será que seríamos diferentes dele? Será que não seríamos agentes do genocídio, caso uma mente habilidosa nos convencesse de que isso é o correto a ser feito?

Uma história, uma época, uma cultura e muitos conceitos e ideias distorcidos espalhados nela, formaram o caráter de um homem que cria sinceramente estar fazendo a coisa certa. E sua consciência era guiada pelos princípios religiosos e extremistas que seguia. Assim como Hitler e tantos outros exterminadores de gente.

Hoje, existem grupos religiosos que estão trabalhando de uma forma que voluntária ou involuntariamente está gerando Hamans. Aos poucos, milhares de pessoas estão se tornando genocidas, muitas vezes sem perceber.

Antes de você achar que eu vou falar dos islâmicos, deixe eu decepcionar você. Não vou.

Vou falar dos evangélicos neopentecostais. E dos Hamans que estão pregando o extermínio dos pobres, como se isso fosse uma praga terrível. Aos poucos, a doutrina tem sido tão bem tecida, a manipulação tem um bordado tão atraente, e o sistema de comunicação dessa "verdade" tem uma trama tão bem amarrada, que os próprios pobres estão sendo as lagartas que tecem a seda da sua própria morte e destruição.

Não sou, e vocês sabem disso, um apologista da pobreza. Pelo contrário, acredito que o Reino é um lugar de prosperidade, mas que ela não escapa da ética. Não estou dizendo que esses Hamans pregam o fim da pobreza, pois isso é bíblico, mas o que é bíblico ali é raro.

Estou dizendo que eles querem exterminar os pobres. Isso não é acabar com a pobreza, é diminuir a população para que os ricos sejam mais ricos. E assim como Haman fez com os judeus na Pérsia, agindo para tirar de um povo exilado o pouco de liberdade que lhes restava para por fim, lhes tomando tudo, tomar também a vida, os de hoje estão tomando dos pobres seus poucos recursos de sobrevivência, que somados, formam um estrado largo, uma rede preguiçosa confortável, onde os bispos deste sistema podem se deleitar e relaxar, enquanto os miseráveis "se matam".

Quando levantamos uma bandeira assim, estamos como Hadassa (Ester), dando uma oportunidade para que o povo se defenda. Precisamos motivar as pessoas para que lutem, se revoltem, contra um mal universal que serpenteia pela história devorando vidas. Uma hidra que em cada época manifesta uma cabeça diferente, sempre mais letal e mais sutil do que a que foi cortada.

O Senhor é o único que possui o antídoto a esse veneno. Esse antídoto é a vida de Yeshua sendo manifestada, evidenciando o amor pelos outros de forma altruísta e espontânea, onde cada atitude já é um agradecimento pela simples existência de quem está sendo tocado pelo amor.

Onde não há espaço para o egoísmo, não há espaço para o extermínio. Onde não há espaço para autopromoção, não será lugar para exclusão.
Onde existe amor, existe também o acolhimento. A pobreza sera vencida pela comunhão, e os pobres serão bem vindos não para serem vampirizados, mas para se tornarem colaboradores uns dos outros e não de uma cúpula superpoderosa de alguns.

Mesmo que em sua ignorância ou crença equivocada, esses alguns acreditem piamente estarem fazendo a "obra de deus".
Quando a forca (de enforcar) da Receita Federal os encontrar e ficar provado que era má a intenção dos seus corações, eles assim como Haman, morrerão na própria armadilha, e serão exterminados pois foi isso que desejaram e fizeram aos outros.

Oro para que haja arrependimento a tempo, para que possam experimentar como é bom viver para fazer ao outro o que desejamos para nós, da forma correta, como Mordecai, Hadassa, Assuero e Yeshua.

Purim Ha Sameach!

Juliano G. Leal - MRM/MARP

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